O jovem Genisson, de apenas 14 anos de idade, continua desaparecido. Ele foi arrastado por uma corrente de retorno na praia do Tabuleiro, região Central de Barra Velha, cidade ao Norte do Litoral Catarinense. Com ele estava um amigo, da mesma idade, que sobreviveu.
A tragédia aconteceu por volta das 14h50 dessa quinta-feira, 17, ao lado do Posto Guarda-Vidas 02. A unidade de responsabilidade do 7º Batalhão do Corpo de Bombeiros Militares de Santa Catarina (CBMSC), está desativada desde o dia 14, última terça-feira.

O afogamento foi presenciado por um casal de turistas de Curitiba, que conversou com exclusividade com a equipe do Portal daniemeller.com.
A gerente de eventos Rosana Valentim, acompanhada do marido Anderson e de uma neta, foi quem solicitou socorro às autoridades competentes. Acompanhe entrevista com detalhes do ocorrido.
O capitão Manoel, do CBMSC, responsável pela área e as buscas realizadas nesse primeiro momento, conversou com nossa equipe e também alertou sobre a situação. Assista a entrevista.
O padrasto do jovem desaparecido, Daniel Salustiano da Silva, conversou com nossa equipe. Ele contou que estava com a mãe de Genisson, a dona de casa Ilma Costa, marcando uma consulta para ela quando foram avisados do ocorrido. “Ela sofre de pressão alta e logo passou mal, precisou ser internada. É uma tragédia sem tamanho e ver esse posto desativado é inadmissível”. O jovem morava no bairro Quinta dos Açorianos.
BUSCAS – As buscas na região seguiram até os ‘últimos raios de sol’ e contaram com o apoio aéreo do Helicóptero Águia da Polícia Militar, Guarda-Vidas e mergulhadores dos Bombeiros. Como o corpo do adolescente não foi localizado as buscas devem recomeçar nessa sexta-feira, 18, assim que o dia clarear.

Comerciantes que atuam na região do leito da praia, alertaram para o fato do Posto de Guarda-Vidas estar desativado. “Uma vergonha pra gente. Criança morrendo na praia, dia de sol, calor, novembro na porta e a praia do Tabuleiro sem 1 guarda-vidas. Não tínhamos a quem pedir socorro. Desespero e vergonha”, escreveu Geovana Tavares.

Nessa quinta-feira, a média da temperatura, com tempo aberto, de muito sol, foi de 26º, ‘um tempo excelente para quem gosta de praia, comentou um surfista ao reforçar sobre a desativação do Posto. “O mar estava bastante agitado, mas, sem bandeiras alertando para o perigo, apenas a bandeira preta hasteada no Posto Desativado”.

POSTO DESATIVADO – Por telefone, o comandante interino da Companhia dos Bombeiros em Barra Velha, Major Filipe Daminelli, falou sobre a decisão de fechamento do Posto e fez alguns alertas à população:
“Ao longo do ano, a ativação dos postos de guarda-vidas em todo o litoral catarinense é feita balizada nos critérios de demanda das praias, buscando uma melhor otimização do uso de recursos”, explicou.
Ainda segundo o comandante, as estruturas são abertas de acordo com as demandas da intertemporada, baixa temporada e alta temporada. “Em Barra Velha, para o mês de outubro, a previsão de ativação do posto 02 ocorre apenas nos finais de semana e feriados, devido a baixa demanda”.
O major pontuou que o único posto que permanece ativo na região de segunda a sexta-feira, em outubro, é o Posto Central, onde a demandada é maior e a ativação ocorre de forma gradativa.
“O que aconteceu hoje foi uma grande fatalidade e lamentamos muito. Temos 11 postos em Barra Velha e a ativação desses postos, só ocorre por completo geralmente a partir do dia 02 de dezembro, quando começa o período de alta temporada e a demanda cresce exigindo esse trabalho preventivo de forma ativa nas faixas de areia”, ressaltou o oficial.
Ainda sobre o posto do Tabuleiro, o comandante explicou que, apesar de desativado, estava devidamente sinalizado com a bandeira preta, demandando alerta da população. “Cabe reforçar que o acidente poderia ter acontecido em qualquer faixa de areia da cidade de Barra Velha com um posto ativo ou não, então é extremamente importante que os banhistas estavam atentos a esses alertas”.
ORIENTAÇÕES – Tanto o morador do litoral quanto o turista, deve sempre buscar as informações, respeitar a sinalização e procurar informações de qual posto está ativo na cidade, optando preferencialmente por locais guarnecidos. “Desconsiderar essas orientações e entrar no mar sem as estruturas ativas de prevenção é um grande risco à vida”, concluiu.