A Polícia Civil gaúcha com apoio da Polícia Civil do estado de Santa Catarina, deflagrou hoje a ‘Operação Cantina’ e desarticulou organização criminosa interestadual suspeita de praticar crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, porte ilegal de munições e armas de fogo além de crimes de extorsões e corrupção de menores.
A operação policial ocorre simultaneamente no estado do Rio Grande do Sul, nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Viamão, Tramandaí e Imbé e no estado de Santa Catarina, nos bairros Ingleses e Carianos, localizados na cidade de Florianópolis.
De acordo com o delegado Rafael Liedtke, as investigações iniciaram há onze meses com a prisão em flagrante de um indivíduo, no município de Cachoeirinha (RS). Com ele foi apreendida uma pistola Taurus, G2c, calibre.9mm e um veículo Mercedes-Benz, avaliado em R$160 mil.
A partir dessa prisão, foi constatada a existência de uma organização criminosa muito bem estruturada, especializada no cometimento destes delitos, com base nas zonas leste e sul da capital gaúcha e com ramificações no estado de Santa Catarina.
Durante as investigações, foi apontado que um dos líderes da organização e ‘braço’ de uma das facções criminosas de maior atuação no RS, preso na Capital gaúcha, exercia a função de cantineiro e fez diversos contatos com faccionados. Uma vez em liberdade, mas em razão desses contatos, arregimentava outros criminosos, geralmente recolhidos, pra ajudarem na prática do conhecido golpe dos nudes.
O grupo entrava em contato com homens de classe média/alta por meio de’ perfis falsos’ de mulheres jovens, em redes sociais para obter fotografias das vítimas nuas. A partir de então, as lideranças iniciavam uma série de graves extorsões, passando-se inclusive por delegados de polícia do Rio Grande do Sul.
“O esquema era perfeitamente delineado, com vasto material que auxiliava na ilusão das vítimas e que era transmitido entre os criminosos. Para a produção do material, os investigados inclusive aliciavam adolescentes, que mandavam fotografias, áudios e vídeos sob remuneração e até mesmo sob ameaças”, explicou Liedtke.
A segunda etapa do esquema era a receptação do produto das extorsões por pessoas também aliciadas pela organização. Essas posteriormente pulverizavam o dinheiro entre laranjas, remunerados pelo grupo criminoso, até que o dinheiro voltasse para os responsáveis pelas extorsões.
Os valores retornavam para os líderes, sustentando luxos deste e de seus familiares e também eram distribuídos para outros criminosos, em sua maioria presos e que usavam do dinheiro para obterem regalias nas cantinas dos estabelecimentos prisionais.
Além de todos esses graves fatos criminosos, parte do lucro da organização criminosa retroalimentava o tráfico de drogas e de armas. A operação contou com 150 policiais civis dos dois estados e com o apoio aéreo do helicóptero da Polícia Civil gaúcha.
Fonte: Ascom Polícia Civil RS