O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu aos Estados-membros, durante a última reunião anual da entidade ocorrida essa semana, que se envolvam mais nas negociações em curso para elaborar um tratado contra pandemias, e evitar que se repitam os efeitos causados pela Covid-19.
“Deve ser um compromisso geracional de que não repetiremos o pânico e a negligência que tornaram este mundo tão vulnerável”, recomendou o chefe da OMS.
Ele também afirmou que o fim da Covid como emergência internacional “não é o seu fim como ameaça à saúde” e disse que ainda existe o risco de a doença evoluir com variantes que gerem novas ondas de infecções e mortes.
“Também continua o perigo de um novo patógeno com letalidade ainda maior”, alertou Tedros, ressaltando que, portanto, é necessário construir sistemas de defesa para futuras pandemias, o que incluiria o tratado que a OMS espera finalizar em 2024.
Conheça outros vírus que causam hemorragias fatais
Recentemente o vírus Marburg ganhou os noticiários mundiais ao provocar um surto na Guiné Equatorial. Ao menos 11 pessoas já morreram no país africano vítima deste patógeno, que tem uma taxa de letalidade em torno de 88%.
O Marburg é um filovírus, cujas seis espécies de vírus ebola são as únicas conhecidas da mesma família. O reservatório natural são morcegos que se alimentam de frutas na África. Ele pode ser transmitido a primatas e humanos
Pacientes infectados apresentam inicialmente febre, calafrios, dores de cabeça e musculares, mas o quadro evolui para vômito e diarreia, pele amarelada, inflamação no pâncreas, insuficiência hepática, delírios, hemorragia e disfunção de múltiplos órgãos.
O vírus ebola é um ‘primo’ do Marburg. Aproximadamente 50% dos pacientes morrem. A doença é transmitida por sangue ou fluidos corporais (urina, saliva, suor, fezes, vômito, leite materno, líquido amniótico e sêmen) de alguém infectado, mas também pelo contato com objetos, como roupas de cama, por exemplo.
Já o vírus Lassa infecta entre 100 e 300 mil pessoas por ano em países da África Ocidental, incluindo Serra Leoa, Libéria, Guiné e Nigéria. Entretanto, a taxa de mortalidade não é considerada alta — em torno de 1%.
O reservatório natural do vírus Lassa é um rato chamado de multimamífero. O vírus é do mesmo gênero do Sabiá. A transmissão para humanos ocorre normalmente pelo contato com secreções desses animais, como fezes e urina, ou por comer alimentos contaminados
A febre de Lassa, como é chamada a doença de quem é infectado, tem como sintomas febre leve, mal-estar geral, fraqueza e dor de cabeça na maioria dos pacientes. Cerca de 20% dos indivíduos infectados com o vírus Lassa podem ter complicações como hemorragia nas gengivas, nariz e olhos, além de dificuldade respiratória, dor no peito e nas costas e choque.
A morte pode ocorrer dentro de duas semanas após o início dos sintomas devido à falência de múltiplos órgãos. A sequela mais comum é a surdez.
Fonte R7








