A Secretaria de Saúde de Penha iniciou nesta semana a aplicação da chamada “dose zero” da vacina contra o sarampo, destinada a crianças de 6 a 11 meses. A medida, recomendada pelo Ministério da Saúde, visa conter o avanço da doença nas Américas, onde já foram registrados mais de 2.300 casos somente até abril deste ano, com quatro mortes confirmadas.
O imunizante está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A campanha abrange crianças entre 6 e 8 meses, que receberão a vacina dupla viral (sarampo e rubéola), e entre 9 e 11 meses, que serão imunizadas com a tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba).
O que é o sarampo?
O sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus altamente contagioso que pode levar a complicações como pneumonia, infecções no ouvido, diarreia intensa, lesões cerebrais e até a morte. A transmissão ocorre pelo contato direto com secreções respiratórias de pessoas infectadas, por meio da tosse, espirro ou fala.
Embora seja prevenível por vacina, o sarampo continua sendo uma ameaça global, especialmente em locais com baixa cobertura vacinal.
Por que a vacinação é importante?
A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir o sarampo. A introdução da “dose zero” reforça essa estratégia, protegendo bebês que ainda não completaram o calendário vacinal regular. Ela não substitui as doses previstas para os 12 e 15 meses de idade, mas oferece uma camada extra de proteção em uma fase da vida em que o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento.
Diante do aumento de casos, o Ministério da Saúde reforçou a necessidade de ampliar a cobertura vacinal, especialmente em cidades de fronteira, turísticas, universitárias e com alto fluxo de pessoas — como é o caso de Penha.
Além da aplicação nas UBSs, a Secretaria de Saúde local realizará a chamada “buscativa”, identificando crianças dessa faixa etária no Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir que todas recebam a imunização.
Situação nas Américas acende alerta
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) alertou para o risco da reintrodução do sarampo em países onde a doença já havia sido considerada erradicada. No Brasil, apesar de esforços de controle, surtos ainda ocorrem devido à baixa adesão vacinal em algumas regiões.
A aplicação da dose zero é, portanto, uma ação estratégica para evitar que o vírus volte a circular com força no país, colocando em risco especialmente as crianças pequenas.
A orientação é clara: pais e responsáveis devem procurar a UBS mais próxima e garantir a vacinação de seus filhos. A proteção individual contribui para a proteção coletiva — e, neste caso, salva vidas.