Barra Velha, 18 de maio de 2025 — O município de Barra Velha participou neste domingo de uma ação sem precedentes no estado de Santa Catarina: o 1º Simulado Geral de Gestão de Desastres, promovido pela Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil (SPDC). A mobilização envolveu ao todo 256 municípios e cerca de 240 mil pessoas em todo o estado, em um exercício realista que testou a capacidade de resposta a desastres de grande escala.
Entre os órgãos municipais atuantes, a Secretaria Municipal de Assistência Social teve um papel fundamental no acolhimento da população simuladamente atingida pelas supostas enchentes e enxurradas. Por meio da integração com o CRAS, o CREAS e demais setores da rede socioassistencial, a secretaria prestou apoio completo às famílias “desabrigadas” durante a operação, reforçando o preparo técnico e logístico da cidade para situações reais de emergência.
Acolhimento em tempo real
De acordo com o secretário Idemar Trevisani, durante o simulado foram acolhidas 19 pessoas desabrigadas, sendo 7 crianças, 11 adultos e uma pessoa com deficiência (PCD). “A equipe atuou com agilidade para garantir transporte, abrigo e apoio às pessoas deslocadas da área de risco. Agora, com as atividades de campo finalizadas, faremos o registro oficial de todas as ocorrências e repassaremos os dados à coordenação municipal da Defesa Civil, que posteriormente encaminha essas informações ao Estado”, explicou.
O abrigo temporário foi montado no ginásio da Escola Bernardo Aguiar, no bairro Itajuba — escolhido por sua proximidade com o local central da simulação, o bairro Figueirinha. Os “desabrigados” foram transportados em ônibus da Prefeitura de Barra Velha.

Atribuições da assistência social em emergências reais
Em uma ocorrência real, a Secretaria de Assistência Social é responsável por acolher, cadastrar e acompanhar todas as pessoas afetadas, assegurando acesso a itens básicos de sobrevivência, suporte psicossocial e encaminhamentos necessários. Isso inclui desde a organização e operação dos abrigos temporários até o suporte contínuo às famílias após o fim da emergência.
“Nossa prioridade é oferecer um acolhimento digno. Cada família que chega ao abrigo passa por cadastro, onde identificamos suas necessidades específicas. A partir disso, mobilizamos os recursos adequados e iniciamos o acompanhamento social. É esse suporte que garante a dignidade e a segurança emocional das vítimas”, afirmou Trevisani.
Simulado como ferramenta de aprendizado
O simulado também serviu como um teste importante para integrar diferentes setores municipais e preparar as equipes para um atendimento coordenado. Segundo o secretário, a experiência mostrou a relevância da atuação conjunta e da preparação prévia. “A Assistência Social tem papel central na gestão das consequências humanas de um desastre. Estar bem treinado, com protocolos definidos e canais de comunicação claros, é o que faz a diferença na hora da verdade.”
Com a conclusão do simulado, a Secretaria de Assistência Social dará continuidade à avaliação dos processos aplicados e deve propor melhorias na estrutura e nos fluxos de atendimento, com foco em tornar os serviços mais rápidos e eficientes em situações emergenciais.
A comunicação entre as equipes
Segundo Trevisani, a comunicação entre a sala de crise, onde ele permaneceu com representantes de outras secretarias, e o abrigo temporário, gerenciado pela equipe da Assistência Social, ocorreu sem dificuldades. “Utilizamos o WhatsApp como principal ferramenta, e a troca de informações foi rápida e eficaz. Deixei uma pessoa responsável no abrigo justamente para repassar os dados em tempo real”, explicou.
Além da comunicação interna com sua equipe, o secretário também relatou um bom entrosamento com as demais pastas presentes na sala de crise, como Educação e Planejamento, além do contato direto com o diretor da Defesa Civil, Felipe Matos. “A interação com as demais secretarias foi tranquila. Cada uma tem sua forma de atuar, mas a integração funcionou bem”, avaliou.
No entanto, ele apontou um ponto a ser aprimorado para situações futuras: o preenchimento do formulário digital enviado pelo Estado. “Minha equipe não conseguiu acessar o link. Foi repassado pela Defesa Civil, mas aparentemente o local onde estavam — a escola que serviu como abrigo — apresentava instabilidade na conexão com a internet. Pode ter sido esse o problema”, relatou.
Trevisani adiantou que esse ponto será levado à próxima reunião de avaliação, prevista para o encerramento das atividades do simulado. “Numa situação real, a falta de comunicação com o Estado compromete o envio de informações essenciais, então é algo que precisa ser corrigido”, completou.