Pelotas/RS – A Polícia Federal deflagrou na terça-feira (8/7) a Operação Stuttgart, que desmantelou uma organização criminosa sediada em Pelotas (RS), responsável por um sofisticado esquema de fraudes tributárias, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e obtenção de empréstimos fraudulentos. A ação, que contou com o apoio da Receita Federal e da ANATEL, estima que o grupo tenha causado um prejuízo de aproximadamente R$ 28 milhões aos cofres públicos.
A investigação revelou que o grupo estruturou uma rede empresarial composta por mais de 60 franquias espalhadas pelo país, que operavam com mercadorias introduzidas de forma ilegal no território nacional. Essas franquias, registradas em nome de “laranjas”, eram utilizadas para encobrir os verdadeiros beneficiários do esquema e garantir blindagem patrimonial aos líderes da organização.
📌 Mandados e medidas judiciais
Na ação foram mobilizados 80 policiais federais para o cumprimento de 22 mandados judiciais, sendo:
- 21 de busca e apreensão;
- 1 de prisão preventiva.
As diligências ocorreram nas cidades de Pelotas (RS), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP).
Foram ainda cumpridas medidas cautelares diversas, como:
- Bloqueio de contas bancárias de 18 pessoas físicas e 55 pessoas jurídicas;
- Sequestro de 20 veículos, 5 embarcações e 12 imóveis;
- Sequestro de participação societária em uma empresa;
- Apreensão de passaportes dos investigados.
💰 Bens e valores apreendidos
Durante as buscas, a Polícia Federal recolheu:
- 15 veículos;
- 16 relógios de alto valor;
- 20 aparelhos celulares;
- Diversas joias.
Também foram apreendidos valores em espécie:
- R$ 35.490,00;
- US$ 1.050,00 (dólares);
- € 4.750,00 (euros);
- Dois dispositivos de armazenamento de criptomoedas.
🕵️♂️ Modus operandi do grupo
As investigações, iniciadas em novembro de 2023, apontam que o grupo criminoso operava uma cadeia de fornecimento com origem em mercadorias internalizadas de forma irregular, utilizando notas fiscais falsas. O pagamento aos fornecedores era feito por meio de uma rede de doleiros, dificultando o rastreamento das transações e permitindo a lavagem de capitais e a evasão de divisas.
As empresas utilizadas pelo grupo, registradas em nome de pessoas humildes e sem patrimônio, eram as responsáveis formais pelas dívidas e pelos tributos não pagos. Com isso, os verdadeiros chefes da organização mantinham-se protegidos judicialmente, mesmo enquanto acumulavam grandes fortunas.
⚖️ Consequências jurídicas
O líder do grupo foi alvo de mandado de prisão preventiva, que foi cumprido com sucesso. Os investigados poderão responder por diversos crimes, incluindo:
- Organização criminosa;
- Lavagem de dinheiro;
- Evasão de divisas;
- Sonegação fiscal;
- Fraude financeira.
As penas somadas podem ultrapassar 30 anos de reclusão, além de multas e a perda de bens e valores obtidos de forma ilícita.
📞 Mais informações
Comunicação Social da Polícia Federal – Pelotas/RS
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