Por Redação | Atualizado em 08/07/2025 às 13h03
A manhã desta terça-feira (8) foi marcada por uma tragédia devastadora no município de Estação, no norte do Rio Grande do Sul. Um ataque com arma branca dentro da Escola Municipal de Educação Fundamental Maria Nascimento Giacomazzi deixou um aluno morto e outras três pessoas feridas, entre elas duas crianças e uma professora. O agressor, um adolescente de 16 anos, foi contido por populares e apreendido pela Brigada Militar.
O crime chocou a pequena cidade, com cerca de 5,5 mil habitantes, e provocou reações imediatas de autoridades, familiares e da comunidade escolar. O ataque ocorreu por volta das 10h da manhã, quando o jovem, sob o pretexto de entregar um currículo, conseguiu entrar na instituição, onde era conhecido por alunos e funcionários.

Um ataque inesperado em plena sala de aula
Segundo relatos da Brigada Militar e da Prefeitura de Estação, o adolescente teria se dirigido inicialmente ao banheiro e, pouco depois, invadiu uma sala do 3º ano do ensino fundamental, onde estavam cerca de 20 alunos com idades entre 8 e 9 anos. Portando um facão ou faca de grandes dimensões, ele feriu fatalmente o aluno Vítor, de 9 anos, com golpes no tórax. O menino morreu ainda no local.
Outras duas crianças também foram atingidas na região da cabeça e encaminhadas ao Hospital São Roque, em Getúlio Vargas. A professora da turma, Patrícia, foi esfaqueada duas a três vezes e levada ao Hospital Santa Terezinha, em Erechim.
Para causar ainda mais pânico, o agressor teria utilizado “bombinhas” dentro do ambiente escolar, gerando correria e desespero.
Reações e depoimentos: “Estamos apavorados”
Em entrevista à Rádio Uirapuru, o prefeito de Estação, Geverson Zimmermann (PSDB), lamentou a tragédia:
“Estamos apavorados. Foi algo totalmente inesperado, ainda mais em um município pequeno, onde todos se conhecem. Infelizmente, tivemos o óbito do Vítor. Um menino querido.”
O prefeito destacou que o agressor era “conhecido de todos” e entrou na escola sem levantar suspeitas.
“Deixaram ele entrar porque disse que entregaria um currículo. Jamais imaginamos que alguém da comunidade poderia fazer algo assim.”
Zimmermann afirmou ainda que o adolescente estava em acompanhamento psicológico e, até então, apresentava sinais de melhora.
“Mas agora acreditamos que ele já estava planejando isso. A própria família dele está apavorada.”
Em estado de comoção, o prefeito desabafou:
“É difícil até encontrar palavras. Isso ficará marcado para sempre. Estamos cansados de tragédia no Rio Grande do Sul.”
Repercussão e providências
Após o ataque, a Prefeitura de Estação suspendeu as aulas em toda a rede municipal por tempo indeterminado e anunciou a mobilização de equipes de apoio psicológico para atender alunos, professores e familiares.
O adolescente foi apreendido pela Brigada Militar e conduzido à delegacia de Getúlio Vargas, onde presta depoimento. A Polícia Civil conduz as investigações para esclarecer as motivações do ataque, inclusive apurando se houve falhas de segurança ou envolvimento de terceiros — o que até o momento não foi confirmado.
Equipes do SAMU, Corpo de Bombeiros e forças de segurança de Passo Fundo também se deslocaram rapidamente até o local para atendimento emergencial.
A escola, que possui cerca de 152 alunos matriculados, permanece fechada.
Um cenário que se repete: ataques a escolas no Brasil
Este caso soma-se a uma preocupante sequência de ataques a instituições de ensino no país. Apenas entre janeiro e março de 2025, foram registrados pelo menos quatro ataques semelhantes, conforme levantamento de veículos como CartaCapital. O caso reacende o debate sobre a segurança nas escolas brasileiras e a urgência de políticas públicas integradas de prevenção.
Especialistas apontam que muitos agressores em casos como esse são jovens com histórico de isolamento, distúrbios emocionais e acesso a conteúdos violentos na internet.
É urgente, segundo psicólogos e estudiosos da área, o desenvolvimento de protocolos de monitoramento de riscos, atendimento psicológico contínuo e educação emocional desde os primeiros anos escolares.
Próximos passos
Ação | Responsável | Objetivo |
---|---|---|
Inquérito | Polícia Civil | Determinar motivação, circunstâncias e possíveis influências externas |
Acompanhamento psicológico | Prefeitura / Secretaria de Educação | Amparar alunos, familiares e equipe escolar |
Reforço de segurança | Poder Público e comunidade | Avaliar protocolos e diminuir riscos em escolas municipais |
Conclusão
A tragédia na Escola Maria Nascimento Giacomazzi evidencia, mais uma vez, a vulnerabilidade das instituições educacionais no Brasil, sobretudo em comunidades pequenas, onde a sensação de segurança é baseada na proximidade entre os moradores.
Seguiremos acompanhando de perto o andamento das investigações, a evolução do estado de saúde das vítimas e quaisquer novas medidas adotadas pelas autoridades.
Esta matéria será atualizada à medida que novas informações forem confirmadas por fontes oficiais.
Redação Portal Danimeller / Com informações da Rádio Uirapuru, Brigada Militar e Prefeitura de Estação
Fotos: Reprodução/Facebook – Rádio Uirapuru / Google Maps / Prefeitura de Estação