Santa Catarina — Aos olhos de quem o vê hoje, trajando terno alinhado, oratória impecável e presença cativante nos palcos onde ministra palestras, é quase impossível imaginar que Edi Gomes, advogado criminalista e consultor em comunicação interpessoal, passou boa parte da infância mergulhado em extrema pobreza, entre lixões e ruas da periferia de São Paulo.
Mas é justamente essa história marcada por dor, marginalização e resiliência que transformou Edi em referência nacional sobre como se portar em público, conquistar oportunidades profissionais e, acima de tudo, vencer.
Aos 6 anos ainda não tinha falado sequer uma palavra, amigos próximos e familiares diziam que era uma criança com retardo mental, passei metade da vida ouvindo isso, aos 10 anos de idade, um episódio marcou profundamente sua vida: ele foi brutalmente agredido na rua, perdendo seus dentes da frente.
“Eu já quase não falava, era introspectivo, desajeitado, retraído. Depois disso, fiquei completamente desfigurado, uma adolescência inteira como alvo de gozações. Passei toda a adolescência banguela, sem acesso a tratamento, com sério problemas de dicção. O impacto psicológico foi devastador”, relembra.
Criado em um lar pobre, muitas vezes dormindo com fome, chegou a dormir na rua, Edi catava lixo reciclável com o irmão e o primo para sobreviver. “Mendigava comida, cuidava de carros… Quando cheguei aos 13 anos, já com 1,80m, desdentado e com a aparência que a favela impunha, as pessoas atravessavam a rua para não me ver. Então comecei a adaptar a forma de me comunicar por necessidade: abaixar o tom de voz, manter distância, evitar contato visual direto” o que passei a chamar de abordagem lateral, conta.
Aos 18 anos se alfabetizou com o custo de muita dor, ainda enfrentando o mundo sem poder dar um sorriso em razão do incidente da infância. Essas adaptações e estes quase 20 anos de boca fechada e muita observação, se tornaram mais tarde, o embrião de uma paixão: o estudo da comunicação não-verbal, da linguagem corporal, do tom de voz, da construção de imagem pessoal e, principalmente, da inteligência social.
Acidente, quase morte e a virada de chave
A vida ainda lhe reservaria duras provas. Em 2004, já com 28 anos, sofreu um grave acidente de moto. Ficou dias inconsciente, passou por cirurgia facial e teve sete parafusos implantados na mandíbula, 57 dias com a boca imobilizada, definhando, perdeu quase 30% do peso corporal. “Pensei que minha história tivesse acabado. Mais uma vez a boca… a fala… meu ponto fraco, minha maior dor”, diz.
Mas foi nesse momento que algo mudou. “Eu não me encaixava em nenhum ambiente social. Ia de samba-canção ao banco, andava com bota de borracha pelas ruas, não ligava pra aparência, pra postura. Mas percebi que isso me limitava. Comecei a estudar neurociência, oratória, imagem, PNL, linguagem emocional. Entendi que postura e fala eram ferramentas de transformação, não apenas estética”, explica.
Logo depois cursou direito, a partir do 2⁰ ano como bolsista parcial, Edi foi aprovado no exame da OAB antes mesmo de concluir a faculdade de Direito, onde se formou como orador da turma. Nesta época já era funcionário público concursada do PR.
Um professor durante a última prova da faculdade, sabendo que o Edi já havia sido aprovado na OAB, lhe ofereceu um trabalho, deste trabalho repassado recuperou 87% do que gastou com o curso todo. Montou escritório e em pouco tempo, atendia clientes, montava defesas complexas e criava métodos próprios de atuação jurídica. “Foi aí que nasceu minha primeira palestra: sobre inteligência social, da qual faz parte “os 7P da Comunicação” — uma reflexão sobre a força da Palavra, da Postura e da Presença.”
Do presídio aos palcos: o domínio da linguagem humana
Durante cerca de sete anos, Edi atuou em presídios do Paraná, em contato direto com mais de mil detentos e centenas de colegas de trabalho. Ali, mergulhou na psicologia das massas, lendo, observando, aprendendo a identificar nuances emocionais, palavras com peso psicológico e estratégias de persuasão. “Vi que a linguagem vai além das palavras. Existem o léxico, a prosódia, o ritmo, tom, expressão. A palavra é o pão que alimenta a alma — e se bem usada, transforma destinos.”
Hoje, além de atuar como advogado, Edi viaja o país ministrando treinamentos e palestras para empresas, profissionais do Direito, jovens em busca do primeiro emprego e líderes em formação. Entre seus temas mais procurados estão: como desenvolver a oratória, se vestir para ser ouvido, como conquistar o respeito do chefe e dos colegas, como se posicionar em público com autenticidade.
Suas aulas misturam ciência, fé e vivência real. Ele fala de olhos nos olhos, citando desde as estratégias usadas pelo FBI e o poder da neurociência, até passagens bíblicas e memórias de fome e rejeição. “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra… As palavras de apoio que recebi me alimentam até hoje. E é isso que eu passo para frente.”
Um exemplo vivo de transformação
Edi Gomes é mais do que um advogado ou palestrante: é um sobrevivente social. Da fome, do abandono, do preconceito e da solidão. Mas também é um exemplo de que a mente humana, quando treinada, é capaz de ressignificar qualquer dor. Ele não apenas se reergueu — tornou-se um farol para quem deseja crescer na vida sem precisar negar sua história.
“O que me salvou foi estudar. Entender que as pessoas não reagem ao que você é, mas ao que você transmite. Aprendi a dominar o corpo, a voz, a roupa, o discurso. E, principalmente, aprendi a não ter vergonha de quem eu fui. Porque foi a minha dor que me fez quem eu sou.”
Destaques da trajetória de Edi Gomes
📌 Superou uma infância de extrema pobreza, rejeição e violência.
📌 Mudo até os 6 anos, perdeu os dentes centrais aos 10 anos e assim ficou até os 18.
📌 Foi aprovado na OAB antes de concluir a faculdade.
📌 Atuou por sete anos em presídios como.
📌 Estudioso de filosofia, neurociência, linguagem corporal e PNL.
📌 Hoje é palestrante, mentor de profissionais e referência em comunicação eficaz.
Para contato com o palestrante, basta acessar o link do Instagram ou por meio do telefone: 41 996461954 (assessoria).