O Vaticano se prepara para um dos momentos mais importantes da Igreja Católica: o início do Conclave que escolherá o sucessor de Papa Francisco. O processo terá início em 6 de maio de 2025, na Capela Sistina, e reunirá cerca de 120 cardeais com direito a voto — todos com menos de 80 anos — vindos de diversas partes do mundo. A expectativa entre os fiéis é alta, e a escolha do novo pontífice pode representar tanto continuidade quanto renovação nos rumos da Igreja.
Como funciona o Conclave?
O Conclave é conduzido sob rígido sigilo e regras estabelecidas pela Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis. Durante o processo, os cardeais ficam isolados no Vaticano, sem contato com o mundo exterior, até que se alcance a maioria qualificada de dois terços dos votos (geralmente 80, entre os 120 eleitores).
As votações ocorrem duas vezes pela manhã e duas à tarde. Quando um Papa é escolhido, a tradicional fumaça branca é liberada da chaminé da Capela Sistina, indicando ao mundo que um novo líder foi eleito.

Principais nomes cotados para o papado
Entre os nomes mais mencionados nos bastidores vaticanos, destacam-se:
- Cardeal Matteo Zuppi (Itália) – Arcebispo de Bolonha, é próximo de Francisco e conhecido por seu trabalho com os pobres e refugiados. Tem forte apoio entre os cardeais europeus.
- Cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas) – Ex-arcebispo de Manila e atual prefeito do Dicastério para a Evangelização. É considerado um papável carismático com forte apelo global.
- Cardeal Peter Turkson (Gana) – Figura proeminente da Igreja africana, defensor da justiça social e das causas ambientais.
- Cardeal Christoph Schönborn (Áustria) – Intelectual respeitado e teólogo experiente, embora sua idade (79 anos) possa pesar contra.
- Cardeal Odilo Pedro Scherer (Brasil) – Arcebispo de São Paulo, é um dos líderes mais influentes da Igreja na América Latina.
A escolha poderá indicar se a Igreja seguirá o caminho pastoral de Francisco ou adotará uma linha mais tradicional.

Ritos que antecedem o Conclave
Antes do início do Conclave, ocorre o período de luto oficial, conhecido como Novendiales — nove dias de missas celebradas em memória do papa falecido. Durante esse tempo, os cardeais se reúnem em congregações gerais para discutir os desafios atuais da Igreja e refletir sobre o perfil ideal do próximo pontífice.
Sepultamento e homenagens a Papa Francisco
O funeral de Francisco aconteceu em 26 de abril, cinco dias após seu falecimento, conforme previsto pelo protocolo vaticano. Em respeito ao seu desejo por simplicidade, ele rejeitou os três caixões tradicionais e foi sepultado em um único ataúde de madeira revestido internamente. Seu túmulo foi instalado na Basílica de Santa Maria Maior, local querido por ele durante seu pontificado.
Milhares de fiéis compareceram à Basílica de São Pedro para o velório. A missa foi presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, e contou com presença de chefes de Estado, líderes religiosos e delegações internacionais.
Morte e legado de Papa Francisco
Francisco faleceu em 21 de abril de 2025, aos 88 anos, em sua residência no Vaticano, vítima de um acidente vascular cerebral seguido de insuficiência cardíaca. Ele foi o primeiro Papa jesuíta e o primeiro sul-americano a ocupar o trono de Pedro.
Seu legado inclui uma Igreja mais próxima dos pobres, reformada na estrutura interna e mais aberta ao diálogo inter-religioso. Francisco marcou seu pontificado por gestos de humildade, defesa do meio ambiente e busca por uma Igreja menos clerical e mais sinodal.
Agora, com o mundo católico voltado para o Conclave, os fiéis aguardam com expectativa a fumaça branca que anunciará o novo líder espiritual de mais de 1,3 bilhão de católicos.