Faleceu na tarde desta terça-feira, 22 de abril, em Balneário Camboriú, a professora Maria Beatriz Marchi Oliveira, aos 95 anos. Ela estava internada no Hospital da Unimed. A causa da morte não foi divulgada pela família. O velório ocorre a partir das 7h da manhã desta quarta-feira, 23, no plenário da Câmara de Vereadores de Barra Velha, Rua Pedro Alcântara de Freitas, 125, no Centro. O sepultamento está marcado para às 17h, no Cemitério Municipal.
Natural de Nova Trento (SC), Maria Beatriz nasceu em 6 de maio de 1929. Era filha de Catarina Battisti Archer Marchi e João Raimundo Marchi, ex-prefeito de sua cidade natal. Desde muito jovem envolveu-se com as artes e a cultura, participando de corais, peças teatrais e eventos religiosos ainda nos tempos de estudante na Escola Estadual São Virgílio.
Em 1944, ingressou no Internato Colégio Santo Antônio, em Brusque, para cursar o complementar. Durante as viagens de férias à casa dos pais, conheceu no ônibus seu futuro marido, José do Patrocínio de Oliveira, o Zequinha, que viria a ser o primeiro vice-prefeito eleito de Barra Velha, entre 1969 e 1972. O casal se casou em 31 de janeiro de 1948 e construiu uma família marcada pelo amor, fé e união: seis filhos, 12 netos, 19 bisnetos e duas tataranetas.
Maria Beatriz e Zequinha viveram em Brusque, Itajaí e Joinville antes de se fixarem definitivamente em Barra Velha. Chegaram à região em 1951, estabelecendo-se inicialmente em São João do Itaperiú, onde o esposo iniciou a primeira linha regular de transporte de passageiros da região. Em 1953, fixaram residência em Barra Velha. Em 1957, adquiriram o Hotel do Porto das Canoas, que chegou a hospedar trabalhadores da empreiteira responsável pela abertura da BR-101.
Apaixonada pela educação, Maria Beatriz iniciou sua carreira no magistério em 1954, na Escola Estadual Pedro Paulo Filipe, atual Escola Astrogildo Odom de Aguiar. Cursou o Magistério em Joinville, no Colégio Osvaldo Aranha, e mais tarde licenciou-se em História pela FEPEVI, atual Univali, conciliando os estudos com os desafios de ser mãe, esposa e professora. Ao longo de 30 anos, lecionou em Barra Velha, Joinville e São João do Itaperiú, ensinando não apenas disciplinas como História, Ensino Religioso e OSPB, mas também valores e cidadania, como responsável pelos Centros Cívicos das escolas onde atuou.
Aposentou-se em 1984, mas nunca deixou de colaborar com a educação local, participando da implantação do ensino médio na região através da CNEC, até a chegada da estrutura estadual.
Além do magistério, teve ativa participação social e religiosa na comunidade. Atuou no voluntariado, especialmente durante o período em que o esposo foi vice-prefeito e presidente do Lions Clube de Barra Velha.
Mesmo aos 95 anos, Maria Beatriz mantinha viva a alegria de reencontrar seus ex-alunos. “Cada ex-aluno que encontro é uma injeção de ânimo, são vitaminas para a minha vida”, dizia.
Em nota, seu filho, o ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Vereadores de Barra Velha, José Carlos “Nene” de Oliveira, prestou homenagem à mãe e destacou a trajetória de dedicação e amor de Maria Beatriz à família, à educação e à cidade que a acolheu.
Barra Velha se despede não apenas de uma educadora, mas de uma mulher que ajudou a construir, com fé, coragem e sabedoria, parte da história da cidade.
Homenagem prestada pelo filho, o ex-vereador José Carlos Nene Oliveira e familiares