Florianópolis/SC – Na última terça-feira, 8 de abril, a Polícia Federal (PF) de Santa Catarina realizou a restituição de importantes artefatos pertencentes ao patrimônio histórico e cultural do Peru. A entrega das peças foi feita ao Cônsul Honorário do Peru no Brasil, Luiz Henrique Costa Lima, na Delegacia de Repressão aos Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Superintendência da PF em Santa Catarina.
As relíquias arqueológicas, originárias do período pré-hispânico, representam uma valiosa parte da história do Peru. A mais antiga das peças datada de aproximadamente 700 d.C. a 900 d.C. traz à tona uma rica herança cultural, refletindo a sofisticada civilização que habitava a região andina antes da chegada dos europeus. A restauração desses artefatos é de grande importância, pois preserva não apenas os objetos em si, mas a memória histórica de um dos povos mais antigos das Américas.
As peças foram apreendidas pela Polícia Federal após uma investigação iniciada a partir de uma denúncia encaminhada pelo Ministério da Cultura do Peru. Elas estavam sendo comercializadas ilegalmente por meio de uma plataforma de vendas online, violando não apenas as leis brasileiras, mas também as convenções internacionais de proteção ao patrimônio cultural. O responsável pela negociação e venda dos artefatos foi indiciado por receptação, conforme o artigo 180 do Código Penal Brasileiro.
A restituição desses bens ao Peru, país de origem das relíquias, segue os trâmites legais e diplomáticos, garantindo o retorno adequado de itens que são de grande relevância histórica e cultural para a nação andina. Os artefatos representam a identidade cultural de povos que habitaram o Peru por séculos, como os Nazcas, Incas e outros povos andinos, cujas contribuições para o desenvolvimento de civilizações ainda são estudadas e admiradas ao redor do mundo.
Este caso reforça a importância da cooperação internacional na preservação do patrimônio cultural e a atuação das autoridades brasileiras na proteção de bens que possuem valor histórico incalculável para outras nações. A Polícia Federal, por meio de sua Delegacia de Repressão aos Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, tem se dedicado a combater o tráfico de artefatos arqueológicos, reconhecendo o impacto negativo que a comercialização ilegal pode causar na preservação da memória de diferentes culturas.
A restituição desses artefatos históricos é um marco na valorização do patrimônio cultural, não apenas para o Peru, mas também para a sociedade global, que tem o direito de acessar e preservar a riqueza histórica dos povos indígenas e pré-hispânicos. A Polícia Federal, em parceria com o Ministério da Cultura do Peru e outras autoridades internacionais, segue empenhada em garantir que esses bens culturais sejam protegidos e respeitados.
A repatriação dessas peças é mais um exemplo do compromisso das autoridades brasileiras com a preservação do patrimônio cultural mundial e com o fortalecimento dos laços de cooperação entre nações para proteger a história da humanidade.