Brasília, 05 de março de 2025 — O governo brasileiro está considerando retomar a exigência de visto para turistas provenientes da Austrália, Canadá e Estados Unidos. A medida, que entraria em vigor a partir de 10 de abril de 2025, marca uma mudança importante na política de imigração adotada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante seu mandato, a isenção de visto foi implementada como uma estratégia para impulsionar o turismo no Brasil, mas o governo atual, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, defende a aplicação da lei da reciprocidade.
A lei da reciprocidade estabelece que, caso cidadãos brasileiros necessitem de visto para entrar em determinados países, o Brasil deve exigir o mesmo de seus cidadãos. O presidente Lula e sua equipe destacaram que a decisão de retomar a exigência de visto tem como base a necessidade de um tratamento mais equilibrado com relação aos países que exigem visto dos brasileiros.
Durante o governo anterior, a isenção de visto foi prorrogada por várias portarias assinadas por Lula, como uma tentativa de manter a estratégia de atrair turistas para o Brasil. A última portaria assinada, válida até 10 de abril de 2025, foi adotada em resposta a dificuldades enfrentadas na emissão de vistos no Brasil. Contudo, o governo federal já sinalizou que não pretende prorrogar novamente a isenção, embora essa decisão tenha gerado preocupações em diversos setores, especialmente no turismo.
O Ministério do Turismo e a Embratur manifestaram preocupações de que a reintrodução da exigência de visto possa impactar negativamente o turismo no Brasil. A principal argumentação é que turistas desses países podem optar por outros destinos que não exigem visto, afetando diretamente a economia do setor turístico. Para minimizar os impactos dessa decisão, o governo brasileiro está tomando providências, como o desenvolvimento de um novo sistema que promete agilizar o processo de obtenção de visto.
O novo sistema, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, permitirá a emissão de vistos em menos de 24 horas, facilitando a chegada de turistas ao Brasil de forma mais rápida e eficiente. Essa medida busca reduzir a burocracia e melhorar a experiência do visitante, minimizando os impactos negativos da exigência de visto.
Apesar da decisão já anunciada, ainda há tempo até a data limite de 10 de abril para que o Ministério das Relações Exteriores reavalie a aplicação da lei da reciprocidade. Enquanto isso, o Ministério do Turismo continua buscando alternativas para mitigar os efeitos dessa mudança nas políticas de entrada de turistas.
Essa reavaliação é crucial, pois pode afetar o fluxo de turistas de países que representam um público importante para o Brasil, o que, por sua vez, pode ter um impacto direto na economia do turismo e no setor de serviços. A expectativa é de que novas discussões possam surgir até a data limite para a implementação da medida.
O governo continua monitorando a situação e ouvindo as partes envolvidas, com o objetivo de equilibrar a segurança e as necessidades econômicas do país com a abertura para o turismo internacional.