Na manhã de segunda-feira, 03 de fevereiro de 2025, a Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Polícia de Itapema, deu cumprimento ao mandado de prisão preventiva contra uma mulher de 24 anos, residente no Morro do Matadouro, em Itajaí. A prisão ocorreu após a acusada ser investigada pelos crimes de perseguição (stalking), injúria e ameaça, cometidos contra um dentista e sua namorada.
A história de perseguição começou em 2019, quando a mulher conheceu a vítima durante um tratamento odontológico na cidade de Itapema, no litoral Catarinense. Embora o relacionamento entre eles tenha sido estritamente profissional, a acusada iniciou uma série de ações invasivas e perturbadoras, que culminaram em um padrão constante de perseguição. Nos últimos meses, a situação se agravou, levando à instauração de um procedimento policial e ao encaminhamento do caso ao Juizado Especial Criminal.
Em 2024, após investigação, foi lavrado um termo circunstanciado e o processo foi encaminhado ao Fórum. O Poder Judiciário determinou medidas cautelares, incluindo a proibição de contato, aproximação e qualquer menção aos nomes das vítimas, tanto pessoalmente quanto em redes sociais. No entanto, apesar das restrições impostas pela Justiça, a mulher desrespeitou as ordens judiciais em diversas ocasiões.
A perseguição continuou de forma obsessiva, com a infratora utilizando aparelhos celulares de terceiros e contas de e-mail falsas para enviar mensagens injuriosas e ameaçadoras às vítimas. Ela passou a monitorar seus alvos de maneira persistente, acompanhando seus endereços residenciais, locais de trabalho e até locais de lazer, como restaurantes. Em uma das ocasiões, a mulher fez um escândalo em um restaurante frequentado pelo dentista e sua namorada, tornando a situação insustentável para o casal.
De acordo com a Assessoria de Comunicação da Polícia Civil de Itapema, a mulher foi presa por desrespeitar reiteradamente as ordens judiciais e, após sua prisão, foi encaminhada ao presídio de Itajaí. A soma dos crimes de perseguição, injúria e ameaça, praticados contra as vítimas, pode resultar em uma pena de até 3 anos de prisão. Durante os ataques virtuais e presenciais, a acusada chegou a proferir palavras de baixo calão, chamando as vítimas de “monstro”, “puta” e “vagabunda”, em uma tentativa de humilhar e amedrontá-las.
O caso gerou grande repercussão na cidade de Itapema e na região, destacando a gravidade do stalking como um crime que pode causar danos psicológicos e emocionais às vítimas. Além disso, ressaltou a importância do cumprimento das ordens judiciais e da atuação rápida das forças de segurança quando a integridade de uma pessoa é ameaçada.
A Polícia Civil de Itapema, em parceria com o Ministério Público, buscou garantir a prisão preventiva da acusada, que não demonstrou intenção de cessar sua conduta ilegal. A investigação segue em andamento, com a possibilidade de novos esclarecimentos sobre os detalhes do caso e medidas adicionais que possam ser tomadas.
A Delegacia de Polícia de Itapema reforça que, em casos de perseguição ou ameaça, as vítimas devem procurar as autoridades imediatamente e registrar um boletim de ocorrência, para garantir que as medidas protetivas sejam tomadas, incluindo a solicitação de medidas cautelares, como o afastamento do agressor, conforme previsto pela Lei Maria da Penha e o Código Penal Brasileiro.
Este caso ilustra a seriedade do crime de stalking, que, além de prejudicar a vida pessoal das vítimas, pode resultar em um ciclo de intimidação e medo constante. A polícia e o Judiciário atuam para que essas condutas não fiquem impunes, garantindo a segurança e os direitos das pessoas ameaçadas.