Em um esforço contínuo para fomentar a consciência negra e combater o racismo, a Unidade Descentralizada (UD) do CEJA da educação escolar Quilombola, na cidade de Araquari em Santa Catarina, realiza um trabalho exemplar.
Seguindo uma matriz curricular específica da Secretaria de Educação do Estado, a UD Quilombola da Escola Estadual Titolívio Venâncio Rosa, tem como base as leis 10.639 e 11.645, que regem a inclusão da história e cultura afro-brasileira e indígena no currículo escolar.
Durante o ano, diversas atividades são desenvolvidas, culminando no mês de novembro, conhecido como o mês da Consciência Negra.

Esta culminância, segundo a professora Daniela de Borba, alinhada com o Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, representa mais do que um evento isolado: “É o fechamento de um ciclo de aprendizado e conscientização”.
A programação inclui, conforme ela: rodas de conversas, apresentações e partilhas, todas orientadas pela coletividade, um dos eixos norteadores do projeto. “A educação escolar quilombola, juntamente com a aprendizagem transmitida pelas gerações mais velhas nas comunidades, forma a base deste trabalho, destacando a importância da conexão entre o saber acadêmico e o conhecimento ancestral”.

Na culminância deste ano, 20 alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) apresentaram os resultados de suas atividades. Com idades variando entre 15 e 60 anos, esses estudantes mostraram o fruto de um ano inteiro de estudo e reflexão.
As oficinas abordaram temas e atividades como a confecção da boneca ‘Abayomi’, ‘Rezos’ tradicionais, além da exposição de bijuterias fabricadas com produtos recicláveis e pintura corporal, refletindo a riqueza da cultura afro-brasileira.

A presença de lideranças comunitárias, como a do território indígena Guarani, e a interação com outros coletivos que trabalham a educação para relações étnico-raciais, reforçam a importância da união na luta antirracista.
“O evento serve não apenas como uma celebração, mas também como um lembrete da jornada contínua e necessária pela igualdade racial”.

Contudo, apesar dos avanços, de acordo com a professora Daniela, ainda ‘há um longo caminho a percorrer. O racismo estrutural e a intolerância religiosa ainda são desafios significativos a serem enfrentados. A educação antirracista, enfatizada como uma prática diária, surge como um dos caminhos cruciais para a mudança dessa realidade’.

