O aumento das temperaturas dos oceanos atingiu níveis alarmantes nos últimos anos, resultando em mudanças climáticas catastróficas, como o ciclone extratropical ocorrido no Rio Grande do Sul. Estudos do Programa de Pesquisa do Clima Mundial, ligado à Organização Mundial de Meteorologia, mostram que o aquecimento recorde dos oceanos se desloca do Hemisfério Norte para o Hemisfério Sul, representando uma ameaça para todo o Brasil.
A professora Regina Rodrigues, especialista em oceanografia e clima da Universidade Federal de Santa Catarina, afirma que as anomalias nos oceanos representam uma ameaça global. Ela destaca que este ano está sendo extremamente atípico, com altas temperaturas intensas e áreas afetadas de forma expressiva. Segundo a pesquisadora, isso acontece principalmente por causa do El Niño e é esperado que ocorram ondas de calor significativas no Hemisfério Sul.
Na Paraíba, o inverno deste ano foi um dos mais quentes, com um aumento de temperatura de 1,5°C, de acordo com dados da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba. O El Niño é apontado como um dos fatores que contribuíram para o aumento da temperatura durante esse período, devido ao aquecimento da faixa equatorial do oceano Pacífico. No entanto, Marle Bandeira, técnica da AESA, ressalta que existem outros motivos que também podem ter influenciado nesse aumento.
O El Niño provoca o aquecimento das águas e leva à formação de uma grande massa de ar quente e seco sobre o país, elevando as temperaturas em todas as regiões e gerando uma onda de calor atípica. Não há previsão de quanto tempo o El Niño vai durar. Já o La Niña, fenômeno climático oposto, ocorre quando as águas do Pacífico esfriam. Esse fenômeno ocorreu de 2020 até março deste ano.
Fonte: Clickpb