Em mais uma fase da operação Lesa Pátria, a Polícia Federal cumpre 10 mandados de prisão preventiva na manhã desta quinta-feira, 17, contra responsáveis por convocar nas redes sociais o ato do ‘8 de Janeiro’. Entre os alvos de prisão estão o pastor evangélico Dirlei Paiz de Blumenau e a cantora gospel Fernanda Ôliver de Goiania. Pelo menos outras oito pessoas foram presas.
A convocação para o ato recebeu o nome de “Festa da Selma” e trazia já instruções e coordenadas para uma invasão dos prédios dos Três Poderes.
O termo Festa da Selma foi utilizado para convidar e organizar transporte para as invasões, além de compartilhar coordenadas e instruções detalhadas para a invasão aos prédios públicos. Recomendavam ainda não levar idosos e crianças, se preparar para enfrentar a polícia e defendiam, ainda, termos como guerra, ocupar o Congresso e derrubar o governo constituído.
O código “Selma” seria uma alusão à “Selva”, usada por forças militares brasileiras.
As prisões foram decretadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a pedido da PF. A Polícia Federal também cumpre 16 mandados de busca e apreensão. Trata-se da 14ª fase da Operação Lesa Pátria.
Os mandados são cumpridos nos estados da Bahia, Goiás, Paraíba, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal.
Alvos
A cantora gospel Fernanda Ôliver, que ficou conhecida como “a musa das manifestações bolsonaristas”, ganhou destaque entre os manifestantes que ficaram na porta do Quartel General do Exército em Brasília.
Nascida em Tocantins e atualmente morando em Goiânia, a cantora, que informa nas redes sociais ter começado sua carreira aos 3 anos, chegou a gravar o chamado “hino das manifestações”, e com isso, acabou fazendo amizade com vários pastores e alinhando diversas agendas ao longo do ano.
Com cerca de 139 mil seguidores no Instagram, Fernanda Ôliver participou do ato e fez lives mostrando o momento da invasão ao Congresso.
Também alvo da operação, o pastor evangélico Dirlei Paiz é figura conhecida em Blumenau. Paiz usou as redes sociais para incitar atos em Brasília e anunciar caravanas.
NOTA – Em Santa Catarina a Polícia Federal emitiu a nota sobre a operação deflagrada nesta manhã. Segundo a nota a 14ª fase da Operação Lesa Pátria, tem o objetivo de identificar pessoas que incitaram, participaram e fomentaram os fatos ocorridos em 8/1, em Brasília/DF, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos por indivíduos que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos daquelas instituições.
Ao todo, estão sendo cumpridos 10 mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal, nos estados da Bahia, Goiás, Paraíba, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal.
Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo.
Os alvos desta fase são suspeitos de terem fomentado o movimento violento chamado de “Festa da Selma”, que era, em verdade, codinome previamente utilizado para se referir às invasões.
O termo Festa da Selma foi utilizado para convidar e organizar transporte para as invasões, além de compartilhar coordenadas e instruções detalhadas para a invasão aos prédios públicos. Recomendavam ainda não levar idosos e crianças, se preparar para enfrentar a polícia e defendiam, ainda, termos como guerra, ocupar o Congresso e derrubar o governo constituído.
As investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.
Em Santa Catarina além da prisão contra o pastor estão sendo cumpridos outros dois mandados de prisão e 7 de busca e apreensão.