No mês em que se comemora o Dia Internacional do Doador de Sangue, 14 de junho, 23 pessoas moradoras da cidade de Barra Velha, litoral Norte Catarinense, se mobilizaram em prol do próximo.
O grupo partiu cedinho a caminho do Hemosc de Joinville, onde há um centro de captação. Empresários, estudantes, donas de casa, policiais, não importa a profissão, mas sim o que essas pessoas literalmente carregam na veia: o sangue tão precioso que salva vidas.
A coordenadora dos Agentes de Saúde, Celisa Vetorassi, a líder do grupo, tem a missão mais importante, buscar esses voluntários. E a tarefa é feita por meio de chamamento via redes sociais, em grupos de amigos e no boca-a-boca. Feito isso a próxima missão é organizar a viagem e marcar a data.
Com o apoio da Secretaria de Saúde local, um ônibus foi disponibilizado para levar e trazer o grupo. “Para isso temos o apoio imprescindível da primeira dama, Karla Cris [Karla Christina de Vargas] e do gestor da pasta, Rogério Pinheiro, que em todas as campanhas fazem o possível para dar certo”, pontua Celisa.
E deu certo, não só a viagem como o convite nas redes sociais. Através de um status, a líder de sala, Eliane Batista descobriu que uma caravana iria sair da cidade e resolveu também convidar o filho, Erik Batista dos Santos, 18.

Ambos nunca tinham doado sangue. Ela O (+) e ele O (-), ‘Doador Universal’, encabeçando uma das tipagens mais difíceis e procuradas pelos centros de saúde de todo o Brasil.
“Trabalho na Havan e certa vez fizeram uma campanha em prol de um dos colaboradores, à época não pude doar, mas hoje aproveitei o grupo e o momento que estou de férias e vim. Estou muito feliz. Hoje estamos ajudando, mas amanhã pode ser nós que iremos precisar”, ressalta Eliane.
E a rotina dos novos e velhos doadores é a mesma: Após pegar uma senha aguardam serem chamados para uma triagem e no caso de novos doadores, é necessário fazer um cadastro com todas as informações necessárias, do endereço ao estado civil. Além disso cada um preenche um questionário com dezenas de perguntas pessoais. A regra é ‘não mentir’.
Em seguida é medido pressão, temperatura corporal e feito um exame para saber a quantidade de ferro no sangue com uma picada de leve num dos dedos. Passado nessa primeira fase, vem a segunda com uma entrevista também estritamente pessoal e reservada, com uma profissional de saúde. Um processo do início até a conclusão da doação, de pelo menos uma hora.

E, infelizmente, foi durante essa última fase que o Erik acabou não passando. Quando jovem ele teve um quadro suspeito de reumatismo e como os portadores de doenças crônicas não podem doar, para ele não foi dessa vez:
“Como o caso ainda é apenas suspeito, tenho a chance de fazer novos exames e tirar essa dúvida, mas tenho fé que dará certo. Sempre tive vontade de doar e estava aguardando completar meus 18 anos para conseguir”, relata esperançoso. E a gente torce para dar certo.
Celisa é doadora de sangue há quatro anos, concursada da secretaria de saúde desde 2015 e há dois anos tem se dedicado bastante nessa captação de novos doadores.
Como existe um período limite de a cada quatro meses para as mulheres e três para os homens, cinco viagens com essa já foram feitas, com no mínimo 25 doadores por vez. “Hoje infelizmente na hora de sairmos, dois dos nossos colaboradores não puderam vir”, explica.
“Sempre as pessoas me procuravam para saber como poderiam doar já que em Barra Velha não existe Centro de Captação, até que conseguimos organizar e tem dado muito certo. Vejo o interesse das pessoas e isso sim é significado de altruísmo. Se doar ao próximo literalmente”.
Segundo Karla Rossi, responsável pela captação dos doadores do Hemosc Joinville, o estoque captado no Estado, fica disponível para todas as unidades de saúde de Santa Catarina e a maior deficiência são com as tipagens negativas a exemplo do O que serve para todos os receptores.

“Qual a importância disso tudo? É você saber que pode salvar uma vida ou várias vidas. Com apenas uma bolsa de sangue até três vidas podem ser salvas. É fundamental que tenhamos essa consciência, independente da nossa tipagem sanguínea, estabelecendo aqueles prazos que são determinados pela legislação para a doação, entre homens e mulheres, todos nós podemos ajudar o próximo”, explica Karla.
Ela orientou ainda, que independente de grupos, a pessoa pode ainda, sozinha agendar a doação até mesmo pelo site www.hemosc.org.br, aba Joinville. Na página as datas e horários disponíveis estarão à disposição dos doadores.
BARRA VELHA – Em Barra Velha, caso você também queira fazer a sua parte, pode mandar uma mensagem para o WhatsApp 47 996379447 e saber quando o próximo grupo irá à Joinville.
Segundo a primeira-dama, doadora há 10 anos, a prática passou de mãe para filha. “Minha pequena está hoje com o grupo. Sempre busco conscientizar entre os meus, a prática, e não só no mês de Junho, mas sempre. Estamos fazendo esse trabalho formiguinha em Barra Velha como o apoio da secretaria de saúde e vamos continuar”, concluiu Karla Cris.














