Em 2023 foi observado um aumento significativo na temperatura do mar ao longo do litoral gaúcho. Essa alteração já vinha sendo notada antes da passagem do ciclone extratropical, que causou danos e mortes no Rio Grande do Sul.
Uma semana após o evento climático, as águas costeiras continuaram esquentando, de acordo com dados do Observatório Climatológico dos Estados Unidos (NOAA).
A temperatura normal para essa época do ano no estado gira em torno de 17,5°C, porém, entre maio e o início de junho, a medição registrou um aumento de até 2°C.
Esse índice elevado é considerado preocupante pelos especialistas, uma vez que pode acarretar em mais riscos.
O coordenador do Curso de Geografia da Escola de Humanidades da PUCRS, Luciano Zasso, ressalta que essa anomalia positiva pode trazer consequências graves, como já foi evidenciado com o ciclone.
Apesar da tendência de resfriamento devido ao inverno e à maior presença de frentes frias, as águas gaúchas apresentaram temperaturas cerca de 2°C acima do normal para esta época do ano, conforme relatório do órgão norte-americano.
Essa situação não apenas afeta as condições meteorológicas, mas também representa um perigo para a vida marinha.
Durante o ciclone ocorrido em 16 de junho, ventos com velocidades de até 102 km/h foram registrados em Tramandaí, no Litoral Norte do RS, enquanto Maquiné registrou um volume de chuvas próximo de 250 milímetros, de acordo com a MetSul Meteorologia.
Já em Porto Alegre, a precipitação ultrapassou os 150 milímetros em um período de 24 horas, superando a média histórica para o mês de junho, que é de 130 milímetros.
Essas situações extremas tendem a se tornar mais frequentes devido às novas condições climáticas relacionadas ao aquecimento global.
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