A viagem de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, à Brasília, mobilizou pelo menos três aviões em uma operação cercada de mistério e sigilo.
Maduro chegou no domingo para uma visita oficial ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciada de última hora pelo governo brasileiro.
Amanhã ele deve participar de um encontro de chefes de Estado de países da América do Sul sugerido por Lula.
Durante o percurso da Venezuela ao Brasil, pelo menos duas das aeronaves usadas na viagem, incluindo a que trouxe Nicolás Maduro, são alvo de sanções do governo dos Estados Unidos. O avião Airbus A-319 da companhia estatal venezuelana Conviasa, partiu de Caracas no início da tarde de domingo sem identificação nos sistemas de rastreamento.
Ao decolar da capital venezuelana, o Airbus que trouxe Maduro foi acompanhado de perto por uma segunda aeronave, cujos dados foram mantidos num nível ainda mais alto de sigilo.
Nos buscadores, os dados desse segundo avião apareciam como “bloqueados” e não era possível saber nem sequer seu modelo — isso ocorre quando a tripulação adota medidas destinadas a “ocultar” as informações que poderiam identificar a aeronave.
Ainda nos céus da Venezuela, os dois aviões percorreram trajetos distintos. Depois, porém, se aproximaram e voaram praticamente juntos desde o instante em que o Airbus com Maduro a bordo entrou no espaço aéreo brasileiro.
Observando apenas a diferença regulamentar de altitude, os dois aviões seguiram próximos um do outro até o pouso em Brasília.
O aparelho cujos dados apareciam bloqueados nos sistemas pousou poucos minutos antes do A319 que carregava Maduro e a primeira-dama, Cilia Flores.
Ambos seguiram para Base Aérea de Brasília, anexa ao aeroporto Juscelino Kubitschek, onde Maduro foi recebido com honras militares.
Um terceiro avião, um Embraer 190 também da Conviasa, chegou uma hora depois à Brasília. Boa parte do percurso se deu com os sistemas de geolocalização desligados.
Diferentemente dos outros dois, que vieram direto de Caracas, essa terceira aeronave fez um trajeto tortuoso antes de pousar na capital: do pouco que ficou registrado nos sistemas de rastreamento, é possível perceber que num percurso atípico, ingressou no espaço aéreo brasileiro, depois foi à Bolívia e só na sequência seguiu viagem até Brasília.
Créditos: Metrópole