O empresário Bruno Dalfovo, 40, e o amigo Daniel Beringhs Kirchner, 42, advogado, morreram ontem à noite após uma tragédia ocorrida em Lontras, cidade vizinha a Rio do Sul, onde ambos nasceram, se criaram e se tornaram melhores amigos.
E a amizade dos dois chegou ao fim junto: Eles morreram após o carro em que estavam cair no rio Itajaí Acú. O veículo foi localizado pelos Bombeiros Voluntários de Lontras, cerca de 15 metros da margem do rio, ainda com as luzes ligadas, já por volta das 21 horas de sábado.
Em quase tudo na vida eles carregavam semelhanças: Eram solteiros e os primogênitos de dois filhos e dividiam ainda outra paixão: o aeromodelismo, herdada dos pais. Velocidade nas nuvens e no chão, que os tirou à vida depois de momentos de alegria em que Daniel comemorava a compra recente do veículo Jetta.

E a partida inesperada pegou todos de surpresa, os pais de Bruno e Daniel, a filha de Daniel, as namoradas deles, familiares e uma cidade inteira, que se uniu em orações para prestar as últimas homenagens àqueles meninos franzinos que tiraram muito sorriso por onde passaram.
A aposentada Albertina Diogo os conheceu ainda no ventre das mães. Por 25 anos ela morou no Aeroclube de Planadores de Lontras, o pátio de diversão dos meninos que religiosamente aos sábados iam para lá brincar e aprender a arte de pilotar aviões planadores e outras aeronaves de pequeno porte.
“Como qualquer criança na idade deles, sempre foram muito curiosos, espertos, brincalhões e sempre de bem com a vida. Uma notícia como essa destrói nossos corações e nos faz reviver memórias incríveis da época em que convivi com eles e familiares. Nos resta agora orar para que eles encontrem o caminho da luz”, desabafou Albertina.
E até na hora do ‘Adeus’, eles ficaram juntos, separados apenas por uma parede. A cerimônia de despedida aconteceu na capela mortuária do Cemitério Jardim Primavera, em Rio do Sul, onde eles devem ser sepultados agora no final da tarde.
Pelo menos 3 centenas de coroas de flores foram levadas para a capela, número que representa o carinho e a falta que os amigos vão deixar nas duas cidades. “Quando vejo essa foto do Daniel sério, como um doutor, lembro o quanto ele era brincalhão e tinha um sorriso lindo”.
“Os dois chegavam no aeroclube e pediam: ‘Dona Albertina, me vê um pastel’, mas eles eram espertos, me ajudavam fazer para o pastel vir mais gordo”, finalizou ela.








